' E assim o tempo vai passando...

sábado, 29 de agosto de 2009

Dúvidas


De todas as dúvidas, restou uma. Restou a mais crucial e, talvez, a mais decisiva dúvida. Restou a mais difícil e, talvez, a mais sincera dúvida. A única dúvida que é explicação, que é desculpa. A única dúvida que está marginalizada dentro da minha cabeça e na de todos nós.
Talvez tenha restado apenas uma dúvida dentre inúmeras, pois elas se fundem – ou caem na redundância – e fazem com que eu indague o ponto mais importante do meu ser. Arrisco muito, e por isso não me abalo com as coisas que a vida contra-ataca. Coloco em cada jogada as dúvidas que preciso saciar e aguardo as respostas escondidas nos meus erros.
Talvez tenha restado a única dúvida pela qual eu morrerei, pela qual eu lutarei e pela qual eu já lutei e não me canso de buscá-la. Talvez porque ela seja muito subjetiva, e talvez ela seja muito objetiva, só nos resta entender certo.
Talvez tenha restado a dúvida mais cruel porque ela depende de forças superiores, forças até incontroláveis, imutáveis, onipotentes. A dúvida mais insensata, mais devassada. A duvida mais indagada e mais desgastante.
Talvez seja a dúvida mais ignorante e impossível que não conseguimos decifrá-la, que de tanto buscar essa dúvida, só conseguimos transcrevê-la em inúmeras palavras imprecisas e vazias. Faço jus a maior dúvida, descrevendo-a em milhares de “talvez”.
Mas talvez seja esse o caminho, que em busca de uma pergunta tão inexplicável – posto que todos a enfatizam todos os dias no seu subconsciente (ou não) – porque inconveniente, que tudo o que posso fazer é questionar mais e mais, pois em busca de respostas plausíveis, encontro a mais coerente, a que meu coração avisar e apitar toda vez que eu ousar tecer na minha mente a pergunta mais inexorável de todos os tempos: Quem sou eu?

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