' E assim o tempo vai passando...

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Despertar-se ei.


Desperta-rá. Alguém estava batendo na porta do quarto descompassadamente, mas não quis se levantar para abri-la.
Virou para o lado e se deparou com ele.
Ah... Como ela poderia estar assim tão perdidamente apaixonada por ele?!
Tocou o seu rosto, ela se sentia nas nuvens por tê-lo ali, ao seu lado.
Passou a mão por debaixo do travesseiro a procura de seu celular, já era tarde, ela tinha de ir, mas o seu coração ansiava por poder ficar ali, ao lado dele por apenas mais alguns minutos.
Mas não, não podia seguir o seu coração, tinha de ir, afinal lá fora o mundo ansiava por sua volta.
O olhou atentamente mais uma vez antes de acorda-lo, mas agora realmente tinha de ir e o chamou. Ele despertou de seu sono profundo, a olhou e sorriu.
Os dois se arrumaram rapidamente e partiram.
Ele a deixou em sua casa.
Alguns dias haviam se passado desde o último encontro de ambos, mas o contato ainda não havia sido perdido.
Longas ligações, muitas mensagens trocas e a saudade, a vontade só aumentava.
Tudo estava dentro do normal, tudo ia perfeitamente bem, até que um dia a separação se fez irrevogável.
Tudo ficou completamente obscuro, como podia não mais estar ao lado dele?
Essa era a pergunta que mais ecoava em sua mente.
Mas a vida continuava, ela tinha de continuar, tinha de se reerguer.
Os dias foram se passando e ocorreu o tão ansiado reencontro.
Ao vê-lo o efeito foi imediato... Seu coração disparou, suas mãos suaram, seu corpo estremeceu, ficou completamente descompassada. Ela sabia que ao menos um rélis "oi" deveria lhe dar, mas como fazer isso se ela não estava nenhum pouco preparada para esse reencontro?
Andava de um lado para o outro, enfim tomou coragem para falar com ele, mas não, ele já não era mais o mesmo.
Sufocou o seu desejo o máximo que pode, mas não aguentou, sucumbiu-se a ele pura e intensamente.
Erro? Talvez, mas que aquela noite marcou a história dos dois com toda certeza marcou.
Os dias se passaram e cada vez mais frágil foi se tornando a relação de ambos.
Alguns resquícios do que haviam vidos é o que preservava o que ela sente por ele.
Mas esse sentimento conturbado continua o mesmo, não aumentara e muito menos diminuira.
Há algumas coisas que ela não tem coragem de deletar de sua vida.
Toda noite segue seu ritual, como se fosse um mantra sagrado, lê e re-lê as coisas que mais a marcaram.
[...] Não mais poderia toca-lá ao acordar, mas lamentava muito mais do que a falta de contato físico. Apesar de todas as suas expectativas, tinha se apaixonado. Um amor tumultuado inundava-lhe a mente, o corpo e o espírito. Para ele, ela havia se toranado tão espial quanto o ar. "Havia", refletiu deprimido, porém continuava a respirar, ninguém morria de amor.
[...] Ele desejava fazer algo por ela além de oferecer-lhe apenas uma despedida formal. Ela era uma criatura rara e preciosa. Sentia a necessidade de protege-la e talvez nisso resguardasse a lembrança da convivência de ambos.
[...] Ele chegará a desejar que ela não tivesse sido tão franca. Ele poderia então, agarrar-se a esperança irreal de voltar a encontra-lá e não se desesperar tanto com a separação irrevogável. Porém ela fora incisiva na despedida. A tristeza por saber que não mais a veria refletia-se em seu semblante naquele momento.
E assim os dias vão passando, ela em uma cidade e ele em outra. Talvez até seja melhor assim.
No momento ela só tem um único desejo... Poder ter mais uma noite ao seu lado, dormir em seus braços, sentir a segurança que ele a transmite, mas não, não quer acordar com pressa. Quer despertar, olhar no fundo dos olhos dele e lhe dizer para ao menos uma vez esquecer o mundo que lhes cerca.
E quer sim talvez poder fazer do final de ambos o final que ele lhe contou...
[...] Ao contrário do mundo deficiente além das janelas, eles haviam encontrado, nos braços um do outro, o amor perfeito, o abrigo seguro, a bem-aventurança.



Por: Maiara Cristina Blatt.





*Menções de: R.H.E.

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