Seus olhos ardem, à uma profunda olheira contornando o verde que antes se destacava.
Verde? O verde só se torna mais límpido com o vermelho que se contrasta.
Sua mente fervilha, há um complexo de criações inertes ao tempo, não há como organizar os sentimentos, não há como definir o que sente, não há o que dizer, apenas escrever, escrever e escrever...
É o seu dom, escrever lhe faz bem, lhe retira a dor, transcende ela para o papel - à alivia.
Ainda continua perdida, acuada...
Na noite passada a sua melhor amiga foi a bebida, coisa que ela estava deixando de lado aos poucos.
Ela não queria ficar em casa, sabia que se fizesse isso iria acabar com ela mesma por dentro.
Ela queria sair, não sabia para onde ir... Pegou o telefone, discou um numero qualquer e tudo estava pronto...
Foi à um local super conhecido por ela, porém as pessoas já não eram as mesmas...
As músicas sim, eletronica, sertanejo...
Ela pensou, maldito sertanejo ao ouvir algumas musicas, se segurou para não chorar ouvindo aquela música, foi até o bar, pediu mais uma dose e saiu...
Lá fora o vento gelado da madrugada não a atorduava, pra ela lá era o local perfeito para se estar...
Perdida, isolada, completamente só.
Ao adentrar novamente para onde estava, encontrou um rosto conhecido e logo em seguida veio a explanação: aonde ele está?
Ela parou de andar, olhou e disse baixo: Tudo acabou.
Foi até os seus amigos, se sentou olhou para o fundo de um deles e disse: Vamos embora.
Seu amigo apenas a abraçou, passou a mão em seu cabelo e falou baixinho, quase que sussurrando em seu ouvido que tudo iria ficar bem, que ela ia superar. Ela o abraçou forte e apenas lhe disse obrigada.
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