Mas, o tempo foi passando, e eu fui começando a rever o significado da palavra nunca. Sempre achei que eu nunca ia mudar de opinião sobre sentimentos, idéias, gostos. Mas tudo mudou.
É como se o vento tivesse levado a minha identidade embora, e feito uma nova com o que restou. O que é engraçado, pois eu me sinto a mesma.
Eu nunca pensei que uma voz pudesse me deixar mais doce, ou que um olhar poderia me chamar a atenção.
Parece que o tempo voou, fazendo com que o meu coração também fosse atingido; o deixando infantil. Fazendo-o o bater loucamente por um simples gesto.
Desde pequena eu sempre pensei que eu jamais mudaria por alguém, ou que ninguém poderia me deixar mais para baixo. Já pensei também que ninguém nunca conseguiria me manipular, por mais que tentasse. Eu já me vi tentando ser aquela figura perfeita, aquela mulher inatacável, podendo até ser chamada de "superior".
Mas o tempo... O tempo me enganou. O tempo que eu achei que nunca passaria, passou.
Pois é... Eu já me vi assim. Eu já me vi em cores, eu já me vi em preto e branco. Eu já me vi crescidinha, mesmo sendo ainda uma criancinha. Eu já me vi sorrir, eu já me vi chorar. Já me vi pular para evitar cair, já me vi cair para não ter de pular. Eu já me vi viajar num sonho, já me vi gritando para despertar de outro.
Eu já usei clichês demais.
É estranho como lendo cada palavra o vazio me preenche. É estranho estar em silêncio mesmo querendo falar. Falando.
É estranho como nunca achamos que o nunca, nunca vai chegar, ou como o sempre, sempre acaba.
É só querer que nunca acabe, é só desejar que o sempre chega. Na maioria das vezes. Pelo menos em quase dezessete anos foi assim para mim. Pelo menos o eterno futuro, o sempre presente, e o lembrado passado sempre vieram em bom estilo. Nunca deixando por desejar.
E eu nunca percebi o quanto usava essa palavra. Por mais que ela nunca saísse de minha boca. Acho que essa vai ser a minha eterna canção de ninar.
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